PREÂMBULO

Deus quis fazer de Sintra um verdadeiro paraíso enquanto o homem parece empenhado em transformá-lo num inferno. À magia, ao misticismo, ao mistério, ao romantismo e à história gloriosa de Sintra contrapõe-se actualmente a incompetência, o desinteresse, o desleixo, o desrespeito, a ganância e o oportunismo de quem tem por missão defender esta terra única e maravilhosa que Lorde Byron um dia designou como um Éden Glorioso. Celebrada por grandes vultos da cultura mundial do passado, Sintra não pode ser agora desrespeitada pelos medíocres. O futuro de Sintra só pode ser projectado com um total e rigoroso respeito pelo seu passado e pelas sua características únicas. Sintra não é uma terra qualquer e por isso mesmo não pode ser governado por uma gente qualquer. Só os sintrenses por nascimento ou por adopção, podem defender convenientemente este pedaço de paraíso que Deus nos concedeu. Para servir Sintra é preciso amá-la, senti-la, e quem melhor que os sintrenses para o fazer?

A ruína alastra um pouco por toda a parte, as fontes calaram-se e já não nos embalam com o seu canto refrescante. É imperioso reverter esta situação. Eu sei que há sintrenses bem mais competentes do que eu para lutar por Sintra. Há muito que venho lutando dentro das fracas possibilidades de que disponho, mas nem a modéstia dos meus argumentos nem o brilhantismo dos argumentos de quem sabe e pode mais do que eu, têm merecido a atenção dos responsáveis autárquicos competentes. Só nos resta continuar fazer ouvir a nossa voz, os nossos protestos e a s nossas sugestões. Todos não somos demais para defender a nossa SINTRA.

sábado, 28 de fevereiro de 2015

O PARQUE INFANTIL DA PORTELA DE SINTRA


O parque infantil Dr. Baptista Cambournac na Portela de Sintra já foi em tempos ainda recentes um local cheio de vida e de alegria emprestadas pelas várias dezenas de crianças de todas as idades que diariamente ali se deslocavam para brincarem e se divertirem nos baloiços, nos escorregas e nos outros equipamentos que ali estavam disponíveis. Esse parque está agora praticamente deserto e se não está totalmente abandonado encontra-se em estado de progressiva degradação. Durante anos a manutenção desse espaço de diversão para as crianças esteve a cargo da Junta de Freguesia de Sintra, (Santa Maria e S. Miguel) que o manteve sempre bem cuidado e funcional. Não sei até que ponto o facto da infeliz união das três freguesias de Sintra numa só, não terá culpas no actual estado de desleixo em que se encontra o parque. Não estou com isto a criticar os autarcas da União de Freguesias de Sintra mas questiono-me se a enorme extensão do território abrangido pela nova Freguesia não terá responsabilidade nesta situação e talvez noutras situações semelhantes que exigem uma atenção permanente para que qualquer anomalia que se registe seja rapidamente solucionada.
Segundo informações que me chegaram ao conhecimento o encerramento da área dos baloiços do parque infantil da Portela deve-se ao facto de as raízes de uma árvore de grande porte que se encontra no meio desse espaço terem levantado o piso o que, para além de danificar os equipamentos constitui também um perigo para as crianças. O que não se entende é a demora inaceitável na resolução do problema. Um ano é tempo demasiado para devolver o jardim ao usufruto da miudagem. Ao que julgo saber as hipóteses que estarão a ser consideradas para resolver o problema passam pelo corte da árvore, o que sinceramente não gostaria que acontecesse e que só seria eficaz se fossem arrancadas todas as raízes, ou por elevar a altura do piso e nivelá-lo uns centímetros mais acima. Há ainda quem sugira a mudança dos baloiços e dos outros equipamentos para outro local do parque. A minha opinião, que vale aquilo que vale, vai no sentido de manter a árvore tal como está e considerar a deslocação dessa área de diversão dedicada aos mais pequenos para outro local do parque, por exemplo no espaço onde em tempos alguém teve a péssima ideia de colocar rampas de skate e que agora se encontra livre. A autarquia terá por certo pessoas competentes para analisar e decidir qual a melhor solução para recuperar aquele espaço e devolvê-lo às crianças o mais rapidamente possível. Elas merecem esse esforço.
É urgente recuperar o jardim infantil Dr. Baptista Cambournac e mantê-lo cuidado para que que possa ser devolvido às crianças de Sintra para que possam ali brincar em segurança sob a vigilância dos pais ou avós que também ali passavam momentos bem agradáveis.

Guilherme Duarte

Artigo publicado no jornal Cruz Alta edição nº 123 referente a Março de 2015

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