O CENTRO DE SAÚDE
É do conhecimento geral que as instalações do
Centro de Saúde de Sintra não reunem as condições mínimas exigíveis, de
comodidade e de funcionalidade, quer para os utentes, quer para os médicos e
pessoal de enfermagem, quer ainda para o pessoal administrativo.
Há anos que esta situação se vem arrastando
sem que se vislumbre uma solução para breve nem haja sinais visíveis de que
alguma coisa está a ser feita para dotar Sintra de um Centro de Saúde moderno e
funcional como merece a sede do segundo maior concelho do país, que até é
Património Mundial. Para além de ter de garantir os cuidados de saúde à
população residente tem ainda que estar preparada para os prestar também aos
turistas que deles venham a precisar, e são muitos milhares os turistas que
visitam Sintra todos os meses. Uns e outros merecem condições de atendimento com
dignidade.
Porque, pelo andar da carruagem, ainda deverão
passar muitos anos antes que seja construído um novo Centro de Saúde em Sintra,
talvez não fosse má ideia ir pensando já numa solução provisória que amenize as
insuficiências actuais. Em conversa com alguns profissionais de saúde a
trabalhar em Sintra, houve quem defendesse a ideia de se aproveitar as antigas
instalações da central leiteira na Portela de Sintra para aí instalar o Centro,
ainda que provisóriamente. É um edifício
amplo, actualmente abandonado e que dispõe de um espaço envolvente apreciável,
que com as indispensáveis obras de adaptação poderia servir perfeitamente para
que os serviços ali funcionassem com muito melhores condições do que
actualmente. Manter o actual estado de coisas é que me parece, no mínimo,
intolerável.
O LIXO
Existe uma grave incompatibilidade entre a
imundície e o turismo. Centros históricos classificados como património da
humanidade, imundos e mal cheirosos, não conheço nenhum a não ser em Sintra.
Lixo espalhado pelo chão junto aos
contentores, umas vezes por estarem cheios, outras por falta de civismo de
algumas pessoas, não é um bom cartão de visita para a nossa terra. Paredes
meias com a igreja de S. Martinho, considerada património nacional, bem perto
do posto de turismo e no local da paragem onde os turistas esperam o autocarro
que os levará até à Pena e ao Castelo dos Mouros a imundície e o mau cheiro agridem
a vista e o olfacto de quem por ali passa. Como sintrense sinto-me envergonhado
com esta situação e com os comentários pouco simpáticos que tenho ouvido da
boca de quem nos visita. Eu, como disse, tenho vergonha, e quem mais?
Guilherme Duarte
(Artigo publicado há tempo no jornal Cruz Alta)
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