PREÂMBULO

Deus quis fazer de Sintra um verdadeiro paraíso enquanto o homem parece empenhado em transformá-lo num inferno. À magia, ao misticismo, ao mistério, ao romantismo e à história gloriosa de Sintra contrapõe-se actualmente a incompetência, o desinteresse, o desleixo, o desrespeito, a ganância e o oportunismo de quem tem por missão defender esta terra única e maravilhosa que Lorde Byron um dia designou como um Éden Glorioso. Celebrada por grandes vultos da cultura mundial do passado, Sintra não pode ser agora desrespeitada pelos medíocres. O futuro de Sintra só pode ser projectado com um total e rigoroso respeito pelo seu passado e pelas sua características únicas. Sintra não é uma terra qualquer e por isso mesmo não pode ser governado por uma gente qualquer. Só os sintrenses por nascimento ou por adopção, podem defender convenientemente este pedaço de paraíso que Deus nos concedeu. Para servir Sintra é preciso amá-la, senti-la, e quem melhor que os sintrenses para o fazer?

A ruína alastra um pouco por toda a parte, as fontes calaram-se e já não nos embalam com o seu canto refrescante. É imperioso reverter esta situação. Eu sei que há sintrenses bem mais competentes do que eu para lutar por Sintra. Há muito que venho lutando dentro das fracas possibilidades de que disponho, mas nem a modéstia dos meus argumentos nem o brilhantismo dos argumentos de quem sabe e pode mais do que eu, têm merecido a atenção dos responsáveis autárquicos competentes. Só nos resta continuar fazer ouvir a nossa voz, os nossos protestos e a s nossas sugestões. Todos não somos demais para defender a nossa SINTRA.

quinta-feira, 1 de maio de 2014

DOIS TEMAS NUM SÓ ARTIGO

O CENTRO DE SAÚDE

É do conhecimento geral que as instalações do Centro de Saúde de Sintra não reunem as condições mínimas exigíveis, de comodidade e de funcionalidade, quer para os utentes, quer para os médicos e pessoal de enfermagem, quer ainda para o pessoal administrativo.

Há anos que esta situação se vem arrastando sem que se vislumbre uma solução para breve nem haja sinais visíveis de que alguma coisa está a ser feita para dotar Sintra de um Centro de Saúde moderno e funcional como merece a sede do segundo maior concelho do país, que até é Património Mundial. Para além de ter de garantir os cuidados de saúde à população residente tem ainda que estar preparada para os prestar também aos turistas que deles venham a precisar, e são muitos milhares os turistas que visitam Sintra todos os meses. Uns e outros merecem condições de atendimento com dignidade.

Porque, pelo andar da carruagem, ainda deverão passar muitos anos antes que seja construído um novo Centro de Saúde em Sintra, talvez não fosse má ideia ir pensando já numa solução provisória que amenize as insuficiências actuais. Em conversa com alguns profissionais de saúde a trabalhar em Sintra, houve quem defendesse a ideia de se aproveitar as antigas instalações da central leiteira na Portela de Sintra para aí instalar o Centro, ainda que provisóriamente.  É um edifício amplo, actualmente abandonado e que dispõe de um espaço envolvente apreciável, que com as indispensáveis obras de adaptação poderia servir perfeitamente para que os serviços ali funcionassem com muito melhores condições do que actualmente. Manter o actual estado de coisas é que me parece, no mínimo, intolerável.


O LIXO

Existe uma grave incompatibilidade entre a imundície e o turismo. Centros históricos classificados como património da humanidade, imundos e mal cheirosos, não conheço nenhum a não ser em Sintra.

Lixo espalhado pelo chão junto aos contentores, umas vezes por estarem cheios, outras por falta de civismo de algumas pessoas, não é um bom cartão de visita para a nossa terra. Paredes meias com a igreja de S. Martinho, considerada património nacional, bem perto do posto de turismo e no local da paragem onde os turistas esperam o autocarro que os levará até à Pena e ao Castelo dos Mouros a imundície e o mau cheiro agridem a vista e o olfacto de quem por ali passa. Como sintrense sinto-me envergonhado com esta situação e com os comentários pouco simpáticos que tenho ouvido da boca de quem nos visita. Eu, como disse, tenho vergonha, e quem mais?



Guilherme Duarte

(Artigo publicado há tempo no jornal Cruz Alta)

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