PREÂMBULO

Deus quis fazer de Sintra um verdadeiro paraíso enquanto o homem parece empenhado em transformá-lo num inferno. À magia, ao misticismo, ao mistério, ao romantismo e à história gloriosa de Sintra contrapõe-se actualmente a incompetência, o desinteresse, o desleixo, o desrespeito, a ganância e o oportunismo de quem tem por missão defender esta terra única e maravilhosa que Lorde Byron um dia designou como um Éden Glorioso. Celebrada por grandes vultos da cultura mundial do passado, Sintra não pode ser agora desrespeitada pelos medíocres. O futuro de Sintra só pode ser projectado com um total e rigoroso respeito pelo seu passado e pelas sua características únicas. Sintra não é uma terra qualquer e por isso mesmo não pode ser governado por uma gente qualquer. Só os sintrenses por nascimento ou por adopção, podem defender convenientemente este pedaço de paraíso que Deus nos concedeu. Para servir Sintra é preciso amá-la, senti-la, e quem melhor que os sintrenses para o fazer?

A ruína alastra um pouco por toda a parte, as fontes calaram-se e já não nos embalam com o seu canto refrescante. É imperioso reverter esta situação. Eu sei que há sintrenses bem mais competentes do que eu para lutar por Sintra. Há muito que venho lutando dentro das fracas possibilidades de que disponho, mas nem a modéstia dos meus argumentos nem o brilhantismo dos argumentos de quem sabe e pode mais do que eu, têm merecido a atenção dos responsáveis autárquicos competentes. Só nos resta continuar fazer ouvir a nossa voz, os nossos protestos e a s nossas sugestões. Todos não somos demais para defender a nossa SINTRA.

domingo, 11 de janeiro de 2015

SINTRA, "A GLORIOUS EDEN"


No silêncio dos bosques procuro a paz.
Revejo-me na limpidez cristalina da água do lago.
Prende-se-me o olhar na imponência e elegância dos cisnes ,
E na suavidade com que deslizam
Na quietude das águas mansas.

Encho os pulmões com o ar leve e puro
Que se respira no alto da serra,
Enquanto descanso à sombra fresca
De um castanheiro centenário.
Deixo-me embalar pelo canto da água
A brotar das fontes,
Pelo rumorejar da folhagem
E pelos trinados alegres que a passarada
Solta nos ares.
Recordo o passado, ao ouvir o som indiscreto
De um beijo trocado num canto escondido,
E deixo que os raios de sol,
A dardejar por entre a ramagem,
Me beijem o corpo.

A espiritualidade que se respira no alto do monte,  
Com a cruz erguida a apontar ao céu,
Convida a olhar para as alturas e falar com Deus.
Parece-me ouvir o som suave das harpas
E do canto dos anjos, a descer até mim,
Nos braços do vento forte
Que me fustiga o rosto.

No ponto supremo da serra mítica,
Unem-se, a lua e o monte,
Num casamento que resulta em magia.
Aquela magia que todos sentimos
Em cada recanto da nossa serra,
E que faz de Sintra
Um Paraíso na terra..  



Guilherme Duarte

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